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Arquitetos: RCNKSK
- Área: 150 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Ondřej Bouška
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Fabricantes: RCNKSK, iGuzzini
Descrição enviada pela equipe de projeto. Há mais de cem anos, o povo de Nesvačilka desejava ter uma capela, um lugar de reflexão espiritual e um ponto de encontro para a comunidade de fé. O Padre René Strouhal e os paroquianos compartilhavam esse desejo, mas também tinham uma visão: construir um edifício que não só moldasse a paisagem, mas também impactasse a cultura, a sociedade e o patrimônio local. Eu não sabia, naquele momento, que essa decisão daria início a uma jornada de doze anos.
A paisagem suavemente ondulada do sul da Morávia é vasta, com campos que se estendem até onde os olhos alcançam. Nesvačilka mudou muito pouco desde sua origem barroca, mantendo o traçado original e um ponto elevado acima da vila, onde o terreno sobe naturalmente e é visível de longe. Esse local parecia ideal para cumprir os ideais barrocos de cultivo da terra – uma terra sem florestas ou rochas, apenas solo e campos. O uso de materiais naturais, raros na região, como pedra e madeira, tem um significado simbólico: trazer fé a uma paisagem seca. Optei por uma estrutura central, que se destacaria no topo da colina como um farol, um ponto de orientação, tanto no espaço quanto no espírito.
Os locais escolheram Nossa Senhora das Dores como a padroeira da capela, simbolizando o sofrimento que ela suportou. Sua história e emoções são refletidas no espaço. Sobre a poeira e o solo deste lugar, que formam o chão, construímos um templo. A seção inferior, feita de pedras de gnaisse, nos representa – teimosos, desobedientes e difíceis de moldar. A partir dessas pedras, sete vigas se erguem em direção aos céus, simbolizando as Sete Dores de Maria, conectando-nos a Deus. Do céu cai um véu das lágrimas de Maria, chorando sobre nós. A delicada estrutura de madeira, entrelaçada com pequenas janelas, permite que a luz do sol penetre no coração da capela em todos os momentos. O edifício é circundado por um anel das Estações da Cruz, complementado por macieiras, que formam uma avenida levando à capela, e um pomar atrás dela conectando-se aos campos ao redor.
Os moradores escolheram Nossa Senhora das Dores como padroeira da capela, simbolizando o sofrimento que ela enfrentou. Sua história e emoções são refletidas no próprio espaço. Sobre o pó e o solo que formam o piso, erguemos o templo. A base, feita de pedras de gnaisse, nos representa – teimosos, desobedientes e difíceis de moldar. A partir dessas pedras, sete vigas sobem em direção ao céu, simbolizando as Sete Dores de Maria, nos conectando a Deus. Do céu, desce um véu representando as lágrimas de Maria, chorando por nós. A estrutura delicada de madeira, com pequenas janelas, permite que a luz do sol ilumine constantemente o interior da capela. Ao redor, há um círculo com as Estações da Via Sacra, cercado por macieiras que formam um caminho até a capela e um pomar atrás, que se estende até os campos ao redor.
Toda a construção foi financiada por doações, o que acabou prolongando o tempo de obra. Porém, esse tempo extra me deu a oportunidade de reavaliar o projeto com mais cuidado, analisando os aspectos técnicos e simbólicos para garantir uma execução precisa. Trabalhando de perto com os construtores e prestando atenção aos detalhes, consegui produzir a documentação de construção e produção, refinando os processos de acordo com as restrições financeiras e técnicas.